Azulejo: um revestimento com história

Muitos revestimentos podem ganhar o status de ‘estrela’ do ambiente, mas nenhum tem tanto apelo estético quanto os azulejos desenhados. São infinitas as possibilidades de misturar cores e imprimir estampas na parede. Mas, além do uso contemporâneo na arquitetura e no design de interiores, azulejos também são símbolo de tradição e carregam uma longa e interessante história. “Nesses revestimentos estão narrativas culturais de raízes profundas, que atravessam os tempos”, afirma Camila Belchior, mestre em história da arte e pesquisadora, em sua coluna Travessias na Bamboo.

Segundo Camila, essas ramificações artesanais que se alastraram pelo globo sofreram influências locais a cada deslocamento. Surgiram motivos naturalistas, bíblicos e humanistas, remetendo às peculiaridades de cada cultura. As tradições da azulejaria portuguesa e holandesa que vieram ao Brasil colônia marcam predominantemente nossas igrejas e monumentos baianos, pernambucanos, mineiros e cariocas.

Opção mais prática

O azulejo nada mais é do que uma peça de cerâmica de pouca espessura, com face esmaltada, que o torna impermeável e brilhante. A sua principal desvantagem técnica é a pouca resistência; por não suportar atrito e peso, não pode ser instalado no piso. O preço elevado e a dificuldade na instalação – é preciso assentar pecinha por pecinha – podem surgir como outros complicadores. Um bom substituto é o revestimento cerâmico com estampa de azulejo. Assim, os desenhos podem estar também no piso. A cerâmica traz, ainda, as vantagens da longa durabilidade, do preço acessível e da praticidade na limpeza. Também ajuda a manter a temperatura ambiente mais fresca, por isso é indicado para regiões quentes e secas. A instalação é mais fácil, pois, em vez de muitos azulejos pequenos, as placas são maiores.

A linha Decora, da Pointer, traz belas reproduções do azulejo. Barbara tem uma composição interessante, alternando desenhos rebuscados com superfícies lisas. O mesmo ocorre com Graça, mas aqui é resgatada a tradicional combinação do azul e branco. Já Marina traz desenhos abstratos e geométricos, posicionados aleatoriamente, como os murais modernistas. Para quem busca por algo bem básico, há também a reprodução do simples e belo azulejo branco, em Marina Branco.

A linha Raízes, do designer Marcelo Rosenbaum, traz reproduções dos materiais importantes na história da arquitetura brasileira, entre eles tijolo, madeira, palha, mosaico e, é claro, azulejo. A série Azul traz linhas que formam padrões. Céu lembra as nuvens, Mar, as ondas e Terra, o solo. Já a série Mural é uma referência ainda mais direta aos murais modernistas, simulando azulejos diferentes numa composição totalmente aleatória.

Por Bamboo

Capela das Almas, no Porto
Mural Cinza
Azul Mar
Graça
Azul Céu
Barbara
Marina
Imagens: divulgação Pointer, Portobello, Capela das Almas e Museu do Azulejo